Aumento do número de mortes no trecho gaúcho da via está ligado a mais atropelamentos e à ampliação do limite de velocidade
Dois anos após o término da duplicação do trecho gaúcho da BR-101, o antigo e infeliz título de Rodovia da Morte insiste em ressurgir. E se mostra, mais do que nunca, adequado.
De janeiro até a última quinta-feira, 28 vidas se encerraram no escuro asfalto que liga Osório a Torres – o número de vítimas vem aumentando ano a ano desde 2009.
Saiba mais
Confira o histórico da Rodovia da Morte
Estatísticas da Polícia Rodoviária Federal mostram que pistas duplas – reivindicadas agora na BR-386, como publicado na última quinta-feira em Zero Hora – tornam-se ineficientes na missão de reduzir mortes quando motoristas e transeuntes não duplicam também a cautela.
Das ocorrências registradas até a última quinta-feira, 35,7% dos acidentes tiveram como causa a falta de atenção. Em seguida, o motivo mais recorrente foi o tráfego em velocidade incompatível com a rodovia e a travessia de pedestres em locais impróprios.
Para encontrar explicação para o fenômeno mesmo após a conclusão da obra na BR-101, a Polícia Rodoviária Federal conjuga fatores como o aumento no número de mortes por atropelamento e a gravidade dos acidentes intensificada pela ampliação da velocidade permitida na rodovia. Nos registros da 3ª Delegacia da PRF, que atende à região litorânea, 11 pessoas morreram vítimas de atropelamento neste ano, o que corresponde a 35,7% dos óbitos. A média dos anos anteriores costumava não passar de quatro casos.
Para Alexandre Bergamaschi, chefe operacional da 3ª Delegacia da PRF, o acréscimo se deve ao costume de atravessar a rodovia em locais não indicados, complicado pela distância duplicada, que aumenta tempo e riscos da travessia, e pela falta de iluminação no trecho.
— Quase todos os atropelamentos com vítima aconteceram durante a noite em perímetros urbanos entre Torres e Terra de Areia, que ainda não foram iluminados. Em Osório, onde a prefeitura assumiu os custos da iluminação, teve apenas uma morte — expõe Bergamaschi.
Redução significativa no número de acidentes
Se as mortes aumentaram, o número de acidentes teve redução. A soma de 503 casos em 2010 caiu para 495 em 2011 e neste ano, até a última quinta-feira, ficou em 348. Tal queda justifica um certo otimismo por parte de quem lida com as estatísticas. Para o engenheiro mecânico Walter Kauffmann Neto, os veículos já estão mais seguros e as estradas estão nesse mesmo caminho.
— É preciso mudar o comportamento dos motoristas e da responsabilidade do poder público. Falta punição exemplar para que a gente possa fazer valer as leis que já existem — acredita o especialistas.
Falta de recursos para manter a iluminação
Postes, lâmpadas e equipamentos necessários para a iluminação já foram instalados ao longo da BR-101, de acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes. No entanto, com exceção de Osório, as prefeituras, responsáveis pelo custeio de contas de luz e de manutenção, alegam não ter recursos para assumir os custos.
— Fizemos um levantamento no ano passado e constatamos que a prefeitura gastaria cerca de R$ 40 mil por mês com a iluminação na rodovia, que não conseguiria arcar. Tem municípios menores que chegariam a gastar até mais do que valor investido na iluminação das próprias vias públicas — afirma Jair Cardoso, secretário de Obras e Trânsito de Torres.
De janeiro até a última quinta-feira, 28 vidas se encerraram no escuro asfalto que liga Osório a Torres – o número de vítimas vem aumentando ano a ano desde 2009.
Saiba mais
Confira o histórico da Rodovia da Morte
Estatísticas da Polícia Rodoviária Federal mostram que pistas duplas – reivindicadas agora na BR-386, como publicado na última quinta-feira em Zero Hora – tornam-se ineficientes na missão de reduzir mortes quando motoristas e transeuntes não duplicam também a cautela.
Das ocorrências registradas até a última quinta-feira, 35,7% dos acidentes tiveram como causa a falta de atenção. Em seguida, o motivo mais recorrente foi o tráfego em velocidade incompatível com a rodovia e a travessia de pedestres em locais impróprios.
Para encontrar explicação para o fenômeno mesmo após a conclusão da obra na BR-101, a Polícia Rodoviária Federal conjuga fatores como o aumento no número de mortes por atropelamento e a gravidade dos acidentes intensificada pela ampliação da velocidade permitida na rodovia. Nos registros da 3ª Delegacia da PRF, que atende à região litorânea, 11 pessoas morreram vítimas de atropelamento neste ano, o que corresponde a 35,7% dos óbitos. A média dos anos anteriores costumava não passar de quatro casos.
Para Alexandre Bergamaschi, chefe operacional da 3ª Delegacia da PRF, o acréscimo se deve ao costume de atravessar a rodovia em locais não indicados, complicado pela distância duplicada, que aumenta tempo e riscos da travessia, e pela falta de iluminação no trecho.
— Quase todos os atropelamentos com vítima aconteceram durante a noite em perímetros urbanos entre Torres e Terra de Areia, que ainda não foram iluminados. Em Osório, onde a prefeitura assumiu os custos da iluminação, teve apenas uma morte — expõe Bergamaschi.
Redução significativa no número de acidentes
Se as mortes aumentaram, o número de acidentes teve redução. A soma de 503 casos em 2010 caiu para 495 em 2011 e neste ano, até a última quinta-feira, ficou em 348. Tal queda justifica um certo otimismo por parte de quem lida com as estatísticas. Para o engenheiro mecânico Walter Kauffmann Neto, os veículos já estão mais seguros e as estradas estão nesse mesmo caminho.
— É preciso mudar o comportamento dos motoristas e da responsabilidade do poder público. Falta punição exemplar para que a gente possa fazer valer as leis que já existem — acredita o especialistas.
Falta de recursos para manter a iluminação
Postes, lâmpadas e equipamentos necessários para a iluminação já foram instalados ao longo da BR-101, de acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes. No entanto, com exceção de Osório, as prefeituras, responsáveis pelo custeio de contas de luz e de manutenção, alegam não ter recursos para assumir os custos.
— Fizemos um levantamento no ano passado e constatamos que a prefeitura gastaria cerca de R$ 40 mil por mês com a iluminação na rodovia, que não conseguiria arcar. Tem municípios menores que chegariam a gastar até mais do que valor investido na iluminação das próprias vias públicas — afirma Jair Cardoso, secretário de Obras e Trânsito de Torres.
Jornal Zero Hora
Nenhum comentário:
Postar um comentário