CURTA NOSSA PÁGINA NO FACEBOOK

CURTA NOSSA PÁGINA NO FACEBOOK
Mudamos para o Facebook

terça-feira, 19 de junho de 2012

As relações sempre obscuras no Dnit


A Alberto e Pantoja - empresa fantasma apontada pela Polícia Federal como parte do esquema do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira - recebeu pelo menos R$ 29,9 milhões da construtora Delta entre maio de 2010 e abril de 2011. Esses recursos, segundo levantamento realizado pela liderança do PSDB no Senado, eram provenientes de pagamentos realizados pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e depois foram distribuídos pela Alberto e Pantoja para pessoas físicas e jurídicas envolvidas com o bicheiro.

A liderança do PSDB fez um cruzamento tomando como base os pagamentos recebidos pela Delta nacional entre janeiro de 2010 e dezembro de 2011. O dinheiro saía do Dnit e era depositado em duas contas correntes no Rio. No total, no período, a construtora recebeu R$ 985 milhões somente nessas duas contas identificadas pela equipe do senador Álvaro Dias (PSDB-PR). Desse total, R$ 29,9 milhões foram parar na conta da Alberto e Pantoja. Os saques, no mesmo período, somam igual valor.

Alguns destinatários dos pagamentos realizados pela empresa considerada fantasma são conhecidos da investigação. O contador de Carlinhos Cachoeira, Geovani Pereira da Silva, que está foragido, foi beneficiário de vários cheques que somam R$ 8,3 milhões. Luiz Carlos Almeida Ramos, irmão de Carlinhos, recebeu dois cheques que totalizam R$ 119 mil. Wladmir Garcez, ex-vereador de Goiânia e apontado pela PF como braço político do esquema de Cachoeira, obteve depósitos de R$ 33 mil.

No levantamento, também aparece um cheque de R$ 45 mil, em abril de 2011, para Bruna Bordoni. Ela é filha do jornalista Luiz Carlos Bordoni, responsável pelos programas de rádio durante a campanha de Marconi Perillo (PSDB) ao governo de Goiás, em 2010. A confecções Excitant, que emitiu três cheques, entre março e maio de 2011, para pagamento da compra da casa de Marconi, também recebeu recursos da Alberto e Pantoja. Foram duas transferências interbancárias, que somaram R$ 650 mil. Uma delas é no valor de R$ 400 mil, em maio do ano passado, valor idêntico ao depositado por Marconi em sua conta.

Ontem, o líder do PSDB, Álvaro Dias, disse que o cruzamento de dados revela a importância de a CPI do Cachoeira ouvir o ex-presidente da Delta, Fernando Cavendish, cujo requerimento foi derrotado na semana passada.
- Apresento esse trabalho, senhores senadores, para comprovar que não se pede por pedir, não se exige simplesmente pelo gosto da exigência, mas porque é necessário ouvir, para adotar providências posteriores, o senhor Fernando Cavendish e o senhor Luiz Antonio Pagot, ex-diretor do Dnit, que, aliás, surpreendentemente, afirmou ter sido derrubado do cargo que ocupava pelo bicheiro Cachoeira e pelo empresário Fernando Cavendish - discursou Dias.

sábado, 16 de junho de 2012

PEDÁGIO: ESTRADA MAIS SEGURA?



Santa Catarina aparece 12 vezes em ranking dos trechos mais perigosos de rodovias federais

Marcas da violência no trânsito no trecho da BR-101 em São José são muitas entre os KM 200 e 210 


Em um ranking da PRF (Polícia Rodoviária Federal) formado por 60 trechos das rodovias federais mais perigosas do Brasil, Santa Catarina aparece 12 vezes. O segundo local mais perigoso está no Estado. Trata-se do intervalo que compreende os quilômetros 200 até 210 da BR-101, entre os bairros Forquilhinhas e Serraria, ambos em São José. Em 2011, foram 17 vítimas fatais, 476 acidentes com feridos e 980 sem vítimas. Os quilômetros seguintes, 210 a 220, estão como o sétimo mais perigoso.


O grande problema deste trecho da BR-101 não está em sua conservação nem na sinalização. Esses itens são considerados adequados pelo inspetor da PRF Fábio Santos. “Não é a melhor rodovia em questão de sinalização, mas nesse quesito a BR-101 não oferece perigo”. O que transforma os dez quilômetros da BR-101 em uma rodovia da morte é a imprudência dos motoristas aliada a uma população que só aumenta no entorno da BR. Além disso, o tráfego é sempre intenso no local, chegando a 150 mil carros por dia.

Segundo o inspetor da PRF, ver pessoas tentando atravessar as pistas da rodovia no lugar de utilizar os túneis para pedestres é comum. “Temos muitos casos de atropelamento porque o número de moradores na região é muito grande”, informa. Para evitar qualquer acidente, as amigas Janete Souza, 21, e Camila da Silva, 18, optaram por caminhar mais e atravessar em um dos cinco túneis existentes nos dez quilômetros. “É perigoso, nunca tínhamos caminhado tão perto da BR. Os carros passam voando ao nosso lado”, disse Janete que precisou carregar o filho Kaike, 4, nos braços com medo do menino correr para a rodovia.

Além dos atropelamentos, colisões traseiras e acidentes envolvendo motociclistas somam-se às ocorrências mais comuns nestes dez quilômetros. “Como a rodovia se transformou em uma via urbana, os motoristas pensam que podem dirigir da forma como bem entendem”, salientou.

População sofre com a BR dividindo a cidade

Os bairros Kobrasol e Roçado são vizinhos, com uma densidade populacional grande e separados por um muro chamado de BR-101. Quem mora em qualquer um dos lados sofre para cruzar a rodovia. É o caso da aposentada Antônia Bonete, 73, que sai todos os dias do Roçado em direção ao Kobrasol. Para cruzar a pé a marginal da rodovia, ela precisa contar que os motoristas parem na faixa de pedestre e, além disso, apressar os passos. “É muito perigoso, já soube de muita gente que morreu atropelada aqui”, disse preocupada.

Presenciar acidentes e motoristas em alta velocidade faz parte da rotina do atendente de uma importadora, Edivaldo Freitas, 20. A empresa está localizada em frente ao quilômetro 210, na região da área industrial de São José. “Em horário de movimento, muito motorista dirige pelo acostamento colocando em risco os pedestres e até outros carros que estão parados por outro motivo”, relatou.

Para chegar ao trabalho, o funcionário de uma lavação, José Adeildo, 25, enfrenta a BR-101 de bicicleta. Ele assume que tem medo da rodovia, mas não tem outra opção para chegar de Forquilhinhas ao Kobrasol. Para ele, criar ciclovias seria fundamental para garantir um pouco de segurança, afinal, em alguns trechos ,José não pode contar nem com calçadas.

Dicas

Atentar-se à legislação de trânsito é dica fundamental para evitar acidentes em toda a rodovia. O inspetor de trânsito da PRF, Fábio Santos, observou ainda que é importante prestar atenção na condição da rodovia no momento em que se trafega por ela. “Motociclistas são sempre vítimas de acidente em potencial, porque eles querem passar pela fila ultrapassando os carros pela faixa central”, alertou.

O caminhoneiro José Manoel Vieira, 62, não passa todos os dias pela BR-101, mas garante que se sente inseguro em dirigir principalmente nos horários de maior movimento. Ele concorda com o inspetor da PRF, dizendo que para ele o grande perigo está nos motoristas e motociclistas apressados, que não conseguem esperar na fila e fazem ultrapassagens arriscadas.



BOX

Trechos mais perigosos

1º lugar

Rodovia: BR-316

Onde: Pará

Trecho: KM 0 a 10

18 vítimas fatais

423 acidentes com vítimas

1671 acidentes sem vítimas

EM SANTA CATARINA 

2º lugar

Rodovia: BR-101

Onde: Santa Catarina

Trecho: KM 200 a 210

17 vítimas fatais

476 vítimas feridas

980 acidentes sem vítimas



7º lugar

Rodovia: BR-101

Onde: São José e Palhoça

Trecho: KM 210 a 220

11 vítimas fatais

344 vítimas feridas

528 acidentes sem vítimas



14º lugar

Rodovia: BR-282

Onde: Florianópolis a Santo Amaro da Imperatriz

Trecho: KM 0 a 10

8 vítimas fatais

245 vítimas feridas

549 acidentes sem vítimas



16º lugar

Rodovia: BR-470

Onde: Gaspar

Trecho: KM 50 ao 60

3 vítimas fatais

249 vítimas feridas

573 acidentes sem vítimas



42º lugar

Rodovia: BR-101

Onde: Tijucas

Trecho: KM 0 a 10

7 vítimas fatais

142 vítimas feridas

371 acidentes sem vítimas



43º lugar

Rodovia: BR-470

Onde: Gaspar

Trecho: KM 60 a 70

11 vítimas fatais

146 vítimas feridas

219 acidentes sem vítimas



49º lugar

Rodovia: BR-101

Onde: Biguaçu

Trecho: KM 190 ao 200

3 vítimas fatais

171 vítimas feridas

227 acidentes sem vítimas



55º lugar

Rodovia: BR-101

Onde: Tijucas

Trecho: KM 140 a150

5 vítimas fatais

145 vítimas feridas

223 acidentes sem vítimas



57º lugar

Rodovia: BR-101

Onde: Tijucas

Trecho: KM 120 a 130

9 vítimas fatais

108 vítimas feridas

285 acidentes sem vítimas



58º lugar

Rodovia: BR-280

Onde: São Francisco do Sul

Trecho: KM 50 ao 60

3 vítimas fatais

158 vítimas feridas

178 acidentes sem vítimas

* Dados de 2011 da PRF