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segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

BR 101 em Santa Catarina



Trechos perigosos da BR-101 em SC são alvo de operação para diminuir violência no trânsito

Nos últimos dois anos, somente entre os quilômetros 200 e 210 da rodovia, em São José, 3.090 pessoas se acidentaram, 25 morreram


A rodovia mais perigosa do país é catarinense. O trecho de dez quilômetros, entre os bairros Forquilhinhas e Serraria, em São José, na BR-101, lidera o número de acidentes no trânsito brasileiro. Mas outros 14 pontos, em Santa Catarina, alarmam a PRF (Polícia Rodoviária Federal). Eles estão no estudo dos cem trechos nacionais onde há mais mortes, oito deles estão na 101. Para minimizar a situação, quatro ministérios se uniram a pedido da presidente Dilma Rousseff na elaboração de projetos, orientados pela ONU (Organização das Nações Unidas). No sábado, foi colocada em prática a Operação Rodovida. 

A Rodovida é composta por uma força-tarefa. Dos dias 15 de dezembro a 13 de fevereiro de 2013, os órgãos fiscalizadores seguirão um cronograma conjunto. “Somente com os trabalhos conectados teremos êxito. Não há bares nas rodovias, então, antes de se deslocarem para uma estrada os motoristas alcoolizados podem ser autuados pela Guarda Municipal”, exemplifica o comandante Silvinei Vasques, superintendente da PRF em Santa Catarina. 

A operação é norteada, ainda, por dois outros eixos: educação e conscientização. O intuito é alertar os jovens que são os principais causadores de acidentes nas estradas. “Além das mortes de jovens, há um número expressivo de pessoas entre 19 e 40 anos que ficaram com sequelas ou deficiências após acidentes”, complementa José Roberto Ângelo, que coordena as operações da PRF no Brasil. 

Nos últimos dois anos, somente entre os quilômetros 200 e 210 da BR-101, em São José, 3.090 pessoas se acidentaram, 25 morreram. O principal motivo das colisões é a imprudência. A PFR elenca três ações que culminam em tragédias: ultrapassagem, excesso de velocidade, dirigir embriagado. 

Baseado nesse percentual Santa Catarina deu um salto: do segundo lugar, para o primeiro nas estatísticas nacionais, em um ano. Na sequência vêm os estados do Pará (BR-316); Minas Gerais (BR-381); e São Paulo (BR-116). A Operação Rodovida integra o programa “Um Pacto pela Vida”, lançado pela presidente da república motivada pela ONU a integrar a campanha de redução em 50% do número de acidentes na próxima década.

BR-101: duplicada e ainda mais mortífera


Aumento do número de mortes no trecho gaúcho da via está ligado a mais atropelamentos e à ampliação do limite de velocidade


Dois anos após o término da duplicação do trecho gaúcho da BR-101, o antigo e infeliz título de Rodovia da Morte insiste em ressurgir. E se mostra, mais do que nunca, adequado. 

De janeiro até a última quinta-feira, 28 vidas se encerraram no escuro asfalto que liga Osório a Torres – o número de vítimas vem aumentando ano a ano desde 2009.

Saiba mais
Confira o histórico da Rodovia da Morte

Estatísticas da Polícia Rodoviária Federal mostram que pistas duplas – reivindicadas agora na BR-386, como publicado na última quinta-feira em Zero Hora – tornam-se ineficientes na missão de reduzir mortes quando motoristas e transeuntes não duplicam também a cautela.

Das ocorrências registradas até a última quinta-feira, 35,7% dos acidentes tiveram como causa a falta de atenção. Em seguida, o motivo mais recorrente foi o tráfego em velocidade incompatível com a rodovia e a travessia de pedestres em locais impróprios.

Para encontrar explicação para o fenômeno mesmo após a conclusão da obra na BR-101, a Polícia Rodoviária Federal conjuga fatores como o aumento no número de mortes por atropelamento e a gravidade dos acidentes intensificada pela ampliação da velocidade permitida na rodovia. Nos registros da 3ª Delegacia da PRF, que atende à região litorânea, 11 pessoas morreram vítimas de atropelamento neste ano, o que corresponde a 35,7% dos óbitos. A média dos anos anteriores costumava não passar de quatro casos.

Para Alexandre Bergamaschi, chefe operacional da 3ª Delegacia da PRF, o acréscimo se deve ao costume de atravessar a rodovia em locais não indicados, complicado pela distância duplicada, que aumenta tempo e riscos da travessia, e pela falta de iluminação no trecho.

— Quase todos os atropelamentos com vítima aconteceram durante a noite em perímetros urbanos entre Torres e Terra de Areia, que ainda não foram iluminados. Em Osório, onde a prefeitura assumiu os custos da iluminação, teve apenas uma morte — expõe Bergamaschi.

Redução significativa no número de acidentes

Se as mortes aumentaram, o número de acidentes teve redução. A soma de 503 casos em 2010 caiu para 495 em 2011 e neste ano, até a última quinta-feira, ficou em 348. Tal queda justifica um certo otimismo por parte de quem lida com as estatísticas. Para o engenheiro mecânico Walter Kauffmann Neto, os veículos já estão mais seguros e as estradas estão nesse mesmo caminho.

— É preciso mudar o comportamento dos motoristas e da responsabilidade do poder público. Falta punição exemplar para que a gente possa fazer valer as leis que já existem — acredita o especialistas.

Falta de recursos para manter a iluminação
Postes, lâmpadas e equipamentos necessários para a iluminação já foram instalados ao longo da BR-101, de acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes. No entanto, com exceção de Osório, as prefeituras, responsáveis pelo custeio de contas de luz e de manutenção, alegam não ter recursos para assumir os custos.

— Fizemos um levantamento no ano passado e constatamos que a prefeitura gastaria cerca de R$ 40 mil por mês com a iluminação na rodovia, que não conseguiria arcar. Tem municípios menores que chegariam a gastar até mais do que valor investido na iluminação das próprias vias públicas — afirma Jair Cardoso, secretário de Obras e Trânsito de Torres.

Jornal Zero Hora

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012