Os problemas logísticos vividos atualmente no Brasil são de conhecimento geral, todos os modais brasileiros vivem problemas crônicos, como as rodovias, aeroportos, hidrovias e portos, sem falar na malha ferroviária que é quase inexistente, dificultando, tornando moroso e principalmente custoso qualquer necessidade de transporte seja pela causa do comércio nacional ou internacional e até mesmo de bens particulares e pessoas.
As deficiências da infraestrutura logística brasileira permeiam todos os setores de transporte. Rodovias, portos e aeroportos sofrem com a falta de investimento, afetando a demanda e elevando os gastos. De acordo com o Banco Mundial, o custo da logística no Brasil equivale a 20% do PIB, o dobro dos países ricos.
E os desafios não se restringem apenas à falta de aportes em infraestrutura. A carência de um planejamento urbanístico das grandes cidades também tem impactado o setor. Principalmente nos faz falta uma politica integrada de mobilidade e logística, pois hoje os planejamentos, organogramas e investimentos são feitos por partes de acordo com o ministério ou órgão pertinente.
Falta integração
Por exemplo: portos são ampliados ou reformados pela Secretaria Nacional de Portos, todavia o aeroporto próximo essencial para a chegada de peças não tem condições de receber cargas e a rodovia que passa na cidade que o porto está instalado não é duplicada ou nem sinalizada, nem tampouco a cidade possui estrutura para um transito de caminhões ou uma retroaria necessária.
Ferrovias
Quando falamos em ferrovias o Brasil esta atrás de todos os países desenvolvidos e de muitos países em que o PIB é muito inferior ao nosso. De tudo que é transportado no Brasil, 58% vão por estradas e 28%, seguem por ferrovias. Nos Estados Unidos, o transporte é feito, sobretudo, por trens. Em todo Brasil são 28 mil quilômetros de malha ferroviária. Nos Estados Unidos, 10 vezes mais (280 mil).O problema brasileiro não é apenas a malha ferroviária pequena, mas a ociosidade dos trilhos. Menos da metade, 12 mil quilômetros, é usada com frequência.
Mobilidade e logística
Para resumir estima-se que em média essas dificuldades logísticas custam 30% a mais, custo que é repassado aos produtos transportados e aos consumidores finais.
Falaremos da mobilidade e da logística sem levar em consideração as variáveis que as influenciam diretamente, como a questão tributaria e fiscal, e principalmente pelo papel da Receita Federal ainda muito burocrática, sem critério uniforme e desidiosa, dando ao Brasil a 106.ª posição, em uma lista de 118 países, no processo de desembaraço aduaneiro em portos.
O Brasil demora 5,5 dias para liberar uma mercadoria. China e Índia, apenas para citar os grandes emergentes, despendem menos tempo – 3,5 e 3,4 dias, respectivamente. Em estudo sobre os aeroportos, conclui-se que, enquanto em Xangai o produto importado é desembaraçado em 4 horas, em Guarulhos demora 177 horas (oito dias) e no Galeão, 217 (10 dias).
Essa analise é pacifica entre todos os atores da área logística e comercial, entretanto a nossa intenção é buscar uma solução para o caso, evidente que não há magica para a solução de um problema secular, todavia se faz necessário iniciar um trabalho á médio prazo, de forma integrada, pois caso contrario, estaremos desperdiçando dinheiro publico, indo em confronto com os princípios da economicidade e da eficiência.
Governo Federal
O governo federal que detêm a grande parte dos recursos arrecadados com impostos é o grande responsável pelo financiamento das grandes obras de infra estrutura e mobilidade, todavia este faz de forma politica e sem planejamento, levando em considerando apenas o parceiro politico ou a visibilidade eleitoral da obra, desperdiçando dinheiro publico e não solucionando os problemas logístico.
Hoje o governo federal realiza obras através da secretaria especial de portos e através de outros ministérios, porém sem qualquer sincronia faltando ao Brasil um planejamento estratégico para o setor.
Como sugestão para o inicio de um organograma e planejamento governamental é prudente a criação de uma Secretaria de Logística que possa planejar as obras e principalmente a viabilidade econômica das mesmas, estudando o mercado internacional e domestico a economia regional e a relações de trabalho, assim como a viabilidade de financiamentos e uma articulação entre o setor produtivo, publico e trabalhadores.
Com isto, o país ganharia uma estrutura uniforme e competitiva, trazendo modernidade as estruturas de transporte e de produção, tornando o Brasil um pais competitivo, seja do ponto de vista econômico e de commodities, tornando-nos mais ágeis, econômicos e confiáveis.
1º Secretário da AURESC, Eduardo Assis
E mail:secretario@auresc.org
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