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quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

A concessão da morte

Foram 140 pessoas que morreram na rodovia Régis Bittencourt, números computados apenas no trecho paulista, e que fazem parte de estudo anual da Polícia Rodoviário Federal.
O registro não contabiliza ainda o acidente da madrugada de domingo (22), quando um ônibus caiu em uma ribanceira, matando 16 pessoas. O estudo aponta que a rodovia, que é concessionada, teve 3.934 acidentes.
O perigo aparece em vários pontos da rodovia que liga São Paulo ao Paraná. Em uma curva em Embu das Artes, pedestres atravessem entre os carros. Em São Lourenço da Serra e em Itapecerica da Serra, carros e caminhões cruzam a pista, aumentando o risco de batidas.
Já o local do acidente com o ônibus no domingo, (22) na Grande SP, é conhecido como curva do tobogã. Para o engenheiro de tráfego, Luiz Fernando Devico, a existência de uma barreira no local poderia ter evitado as mortes.
A rodovia tem grande quantidade de caminhões. É só o trânsito ficar mais lento que tem início uma sequência de manobras perigosas para fugir do congestionamento. Trafegar pelo acostamento é a saída mais comum.
A Autopista Régis Bittencourt, concessionária que administra a estrada, informou que desde que assumiu a concessão investiu R$ 1,4 bilhão em melhorias, serviços e operações. A Autopista disse ainda que há dois anos não havia acidentes com mortos no local onde o ônibus caiu.
 


 
Para o presidente da AURESC, Sérgio Pöpper, é inadmissível o que ocorre em rodovias as quais tenham sido entregues a iniciativa privada, “o Governo argumenta que não há capacidade de investimento de recursos públicos, depois abre-se uma fábula a qual garante consórcios abastecidos com dinheiro dos bancos oficiais, principalmente vindos do BNDES, com carência jamais vista para empresas ou cidadão comum, aí o que os usuários esperam? Pesados investimentos, a concessionária levanta um valor mágico bilionário, mas como certificar-se disso, se nem os valores do pedágio são regulados pelas autoridades? Quem acaba pagando a conta são as pobres vítimas dos acidentes, e a Régis deveria ser uma rodovia padrão Copa”” afirma Pöpper.

 
A Associação defende que haja um amplo debate sobre o modelo que vem sendo empregado nas concessões em infraestrutura no país, pois o aporte de recursos públicos superam geralmente os apresentados pelos consórcios privados, posteriormente, as agências de regulação, as quais deveriam acompanhar a execução do cronograma de obras, acabam sendo lenientes, dando prazos elásticos ou postergando multas. “Tudo isso que a concessão melhora a rodovia é muito palatar, quando não é a gente que sofre um sério acidente numa rodovia que deveria ser um primor, mas que no fim, recebeu um arremedo meia boca”, conclui  Sérgio.

 

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