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domingo, 23 de fevereiro de 2014

A força econômica X mobilização da sociedade civil organizada*

Matéria publicada neste domingo, 23, aborda unilateralmente
o avanço das cidades marginais a BR 101 norte

Em matéria jornalística com ares de merchandising, o Diário Catarinense deste domingo aponta as maravilhas da duplicação da BR 101 em Santa Catarina. Realmente, a duplicação, que é em tese um fator de melhoria nas condições para os usuários, está longe de ser uma máquina para o desenvolvimento, com que a reportagem assinada pelo jornalista Thiago Santaella deixa a entender.
 

Evidente que uma rodovia duplicada sempre será melhor que uma de pista simples, e que a BR 101, ao longo do seu trajeto, leva o desenvolvimento, por isso muitos são os defensores da reativação das ligações ferroviárias e até a utilização das linhas fluviais no estado (por exemplo o Rio Itajaí Açú), o debate sobre a utilização destes modais é muito antigo.

 
Se nesta situação, conforme a abordagem do jornalista, a BR 101 norte, duplicada, é esteio de geração de empregos, desenvolvimento e fortalecimento da economia, que dirá se a concessionária realizasse as obras que até a presente data estão em um amontoado de intenções e fizesse a manutenção correta (conforme disposto contratual)? Eis a grande indagação que deveria acompanhar a notícia, ou no mínimo uma segunda abordagem. Estudos existem, a Fiesc, através de técnicos sempre estão por fazê-la.

 

Portanto, seria importante a abordagem nesta mesma linha, do que seria o desenvolvimento regional dos municípios se as obras e maior manutenção da rodovia fossem realizados pelo Governo Federal (no trecho sul) e os que estão a encargo da Auto Pista Litoral Sul, e sempre é preciso relembrar, o das vidas que poderiam ser salvas nos diversos acidentes que ocorrem a cada momento na BR 101.


Fala-se no "milagre do desenvolvimento" advindo pela duplicação da rodovia federal, entretanto é preciso relembrar das dezenas de mortes levadas, por falta da manutenção correta, do trabalho de maquiagem, dos trechos com aquaplanagem, e da expulsão de centenas de catarinenses que tiveram uma espécie de "remake do Contestado". O balanço de mortes é preocupante, entre 2010 a 2013 (somente no trecho compreendido ao Morro dos Cavalos), a PRF (Polícia Rodoviária Federal)  registrou 15 mortes; 63 feridos graves; 226 feridos leves; tendo um total de acidentes na ordem de 527 usuários, sendo 168 com vítimas. Até agora está pendente da obra da concessionária, governo federal e empresa neste caso são solidárias na culpabilidade.

 
A região da Grande Florianópolis padece pela a 'alça de acesso',  obrigação contratual  da concessionária, que por ora está na expectativa de seu  início, 15 de março de 2014,  (começo, meio e fim, não vale festa de início e parar depois da eleição), o contorno viário é a principal obra que consta no edital da privatização da rodovia BR 101, publicado em 2007. Apesar disso, em 1999 o DNIT já previa a construção dele como complemento da do trecho  norte. A Auto Pista assinou o contrato de concessão em 2008 e a obra do contorno deveria ter sido entregue há dois anos. O novo prazo de conclusão está fixado em fevereiro de 2015. Se não fosse a sociedade civil organizada exercer um verdadeiro movimento neste calvário, temo que nem as ditas autoridades regionais entrassem em campo, como foi o que ocorreu ano passado em história reunião do Conselho para o Desenvolvimento da Grande Florianópolis - COMDES, que reuniu diversas autoridades, representantes da Auto Pista Litoral Sul e até a ANTT - Agencia Nacional de Transportes Terrestres.

Semana passada  o diretor superintendente da empresa emendou o governador Raimundo Colombo (que disse ser injusto pagar pedágio sem que o usuário  esteja desfrutando de todas as obras e obrigações contratuais que pesam sob a concessionária),  o engenheiro  Paulo Mendes argumento de forma rasa que o reajuste da tarifa do pedágio, vigente desde sábado, 22, é por força contratual. O  estranho é que a mesma justificativa não vale para a obrigação da concessionaria nas obras que ainda não se iniciaram, e que segundo a ANTT já custaram a Auto Pista multas administrativas na ordem de 50 milhões de reais.

É lamentável a cobertura gigantesca feita pelos veículos de comunicação quanto as maravilhas que a concessionária vem fazendo, donde os principais  telejornais de Santa Catarina são patrocinados pela poderosa empresa Auto Pista Litoral Sul, enquanto isso, entidades como a AURESC, ou o fórum regional, COMDES, que é formado por entidades que não detém a força financeira, tem cada vez mais, espaços acanhados (senão totalmente tolhidos).

Que imprensa isonômica é essa? Parece que é a  que ouve apenas o lado do anunciante!
 
 
 
 
 
*Alisson Luiz Micoski, secretário geral da AURESC e representante da entidade junto ao COMDES.


Um comentário:

  1. Vejo esta matéria do DC como retribuição aos gordos depósitos que o grupo rbs recebe em sua conta, para o pagamento de matérias publicitarias que começaram a aparecer logo depois daquele conjunto de denúncias que os jornais desta empresa fizeram e sem explicação alguma aos seus leitores nada mais se falou, QUERIDA RBS , ONDE ESTÁ A SUSPEITA SOBRE OS PEDÁGIOS , PLIN , PLIN ..... CAIU MOEDA NO CAIXA???

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